Uma figura exponencial da cidade, que nasceu a 13 de outubro de 1936,
há exatos 81 anos. Filha do grande mestre da cultura brasileira, Luís da Câmara
Cascudo, marcou presença na sociedade potiguar e nas letras; doutora em leis
pela Sociedade Brasileira de Criminologia. Era casada com o engenheiro Camilo
Barreto. Seus filhos Camila, Newton e Daliana, esta atual presidente e curadora
do Instituto Ludovicus – Câmara Cascudo. Ana Maria Cascudo tida como
prestigiada historiadora, notável na função de Procuradora. Adiantada no tempo,
pioneira, foi a primeira mulher na representação do júri. Desde menina revelou
pendores para a pesquisa de personalidades brasileiras, na esteira
incentivadora do mestre Cascudo. Já aos 13 anos redigia um artigo que era
publicado no extinto A República, este primeiro semanário a circular na cidade
de Natal, órgão de imprensa fundado pelo governador Pedro Velho de Albuquerque
Maranhão, em 1890. Ainda hoje fonte de pesquisa para estudantes e pesquisadores
dos fatos e atos dos primeiros tempos republicanos. Ana Maria Cascudo,
abraçou manifestamente o cenário da literatura e da erudição, fundadora da
Academia Feminina de Letras e acadêmica na Academia Norte-Rio-Grandense de
Letras. Uma de suas obras significativas refere-se à biografia de seu avô, o
Coronel Cascudo, que saiu a lume sob título O herói oculto. Este, pai de Câmara
Cascudo, o “mais festejado estudioso das mil facetas do homem e do seu tempo
brasileiros”, como ressaltou Hernâni Donato, da Academia Paulista de Letras, na
orelha do livro em tela. Vida e obra do Coronel Cascudo, que tomou ares de
grandeza no relevante registro na dimensão plena, pelo exame da existência de
um tempo conturbado, na busca da autenticidade, época de confrontos e do
cangaço nos limites do Rio Grande do Norte e da Paraíba. Tais fatos,
ressaltados em minúcias por Ana Maria Cascudo, foram esquadrinhados tendo como
objeto a construção da carreira singular do seu avô paterno Francisco
Justiniano de Oliveira Cascudo, nascido em 1863. Em 2009, a doutora Ana Maria
Cascudo foi eleita pela Associação de Imprensa de Minas Gerais, como uma das
Cinquenta Mulheres Notáveis do Brasil, fazendo jus ao Troféu Cecília Meirelles,
genuína representante das mulheres nordestinas. Aí está posto. Relembrar a
existência da notável natalense Ana Maria Cascudo, que mais palavras
enaltecedoras, no tempo e na história potiguar, sempre será de bom tom
destacar.
Fonte – Ponto de Vista
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